Definimos como aborto uma perda fetal que ocorre antes das 22 semanas de gestação ou a perda de um feto com peso inferior a 500 g. O aborto espontâneo é uma fatalidade comum que acomete de 15% a 25% das mulheres que engravidam.

Mesmo sendo um fato bastante comum nas gestações iniciais, deve merecer um tratamento médico individual e, muitas vezes, um acompanhamento psicológico do casal. Já o abortamento de repetição (AR) é definido como a ocorrência de três ou mais abortos consecutivos, e sua prevalência está em torno de 1%-5%. Assim, do ponto de vista acadêmico, a pesquisa mais detalhada para os abortos repetidos deverá ser feita depois de três perdas fetais, entretanto alguns autores defendem que ela pode seja iniciada após o segundo ou, em casos especiais, após o primeiro aborto.

Todas as alterações que justifiquem as causas de abortos, mesmo as pouco prováveis, devem ser investigadas. As causas de abortamento são variadas, variando de alterações genéticas a problemas de saúde maternos. É por isso que, mesmo naquelas que já tiveram filhos, a perda de um bebê sem causa justificada, pode e deve ser investigada.

Alguns hábitos podem interferir na chance de aborto, como o álcool (mais de cinco doses por semana), cafeína em excesso, cigarro (principalmente se mais de 20 cigarros/dia) e drogas. Em relação ao peso, mulheres obesas (IMC > 30) ou com baixo peso (IMC < 18,5) também apresentam risco aumentado. A mulher deve ser orientada a corrigir esses fatores antes da gestação, independentemente do antecedente de aborto.

A idade materna atrapalha?

Para formação do óvulo, o gameta feminino, as células femininas dividem o seu material genético, processo conhecido como meiose. Como os óvulos não se renovam, quanto maior a idade da mulher, mais “velho” é o óvulo que está sofrendo a meiose e, portanto, mais sujeito a erros que levam à alterações genéticas e, consequentemente, ao aborto. Até os 34 anos, há pouca variação no risco de aborto, aumentando progressivamente após essa idade, coincidindo com a queda natural da fertilidade da mulher.

Já a idade paterna não tem uma influência tão importante como a materna na ocorrência de aborto, mas também pode aumentar o risco. A idade paterna maior que 40 anos pode aumentar o risco em mulheres já acima dos 30 anos em três vezes mais, e em mais de seis vezes se acima dos 35, em comparação a casais em que os dois têm menos de 30 anos.

 

Se você passou por um abortamento recente, sinta meu abraço e conte comigo.